quarta-feira, 30 de julho de 2008

Retorno

Andando pelas ruas madrugada adentro.
Vejo pessoas saindo dos bares.
Bêbados em todas as esquinas.
A chuva começa a cair.
O ritmo dos passos aumenta.
Olho para o relógio e ainda são duas da manhã.
Encontro um telefone publico e paro de frente ele.
Esperando a chuva diminuir acendo um cigarro.
Pego o telefone abro minha agenda e procuro teu nome.
Disco teu numero e logo depois você atende.
Aquela voz que sempre me tira suspiros mais fortes do peito.
Percebo música tocando pessoas conversando ao fundo
Venha para cá! Você me diz.
Atendendo teu pedido, continuo meu caminho.
Paro em um posto de conveniências e compro algumas bebidas.
Sigo meu caminho embaixo de uma leve garoa.
Chegando em teu prédio apago meu cigarro.
Subindo pelo elevador ajeito-me um pouco.
Você me recebe em tua porta de braços abertos.
Com a felicidade estampada em um grande sorriso.
Pede-me para aguardar um instante.
Despedindo-se das ultimas pessoas que ali estavam.
E como se dizem, “enfim sós” ela se referiu aquele momento.
Veio dizendo para eu tirar aquela roupa molhada.
Em teu armário achou roupas minhas que lá havia esquecido.
Vesti uma velha camisa de botões e uma calça jeans.
Logo ela chegou com duas taças de vinho.
Sorriso no rosto, me dizendo que adorou a repentina visita.
Conversamos sobre várias coisas, dentre elas o tempo que não nos víamos.
Disse que não poderia ter esquecido tão fácil assim de seu aniversário.
Ela acende um cigarro naquele instante, caminha em direção ao som.
Coloca a música ideal ao clima que ali estava.
Sentados nos sofá, ela com as mãos em meus cabelos ainda molhados.
Com um olhar penetrante ela se aproximou lentamente.
Abraçando-a pela cintura comecei a beijá-la.
Sentou-se sobre mim, e com as mãos em meu rosto voltamos a nos beijar.
A saudade era muita confesso, queria há tempos estar assim contigo novamente.
Ainda com aquele semblante de menina.
Abraços fortes de saudade de ambas as partes.
Começou a tirar minha camisa, e junto disso eu a dela.
Corpos trêmulos pelo frio.
Ali no sofá nos deitamos, e damos aquele velho jeito de se espantar o frio.
Depois de algum tempo, ela levantou-se e caminhou em direção a cozinha.
Aquela forma de se andar, aquela vista que nunca saia da minha cabeça.
De vê-la andando pela casa só de meias e um cobertor cobrindo-se.
Ela volta com mais bebida e acendo outro cigarro.
Minhas mãos caminhando pelo teu corpo.
Enquanto fico a te olhar.
Ali naquele instante nos entregamos mais da forma que há tempos queríamos.
As horas passam e o dia começa a raiar.
Na varanda de teu apartamento, tomamos a ultima taça de vinho.
O sol se abrindo em nossas frentes dentre tantos prédios.
Cobertos por um só edredom assistindo a loucura da cidade renascer.
Começamos ali novamente algo que nunca deveria ter terminado.

Um comentário:

José Oliveira Cipriano disse...

Oi!!!!
Gosteimuitíssimo de "Retorno". Gosto do modo simples como você descreve situações. O tema "noite" é muito fértil e favorece bastante
a uma viagem subjetiva. Parabéns!!!!
Um grande abraço,

Oliveira